sábado, 1 de maio de 2010

Até mais

Os sonhos de outro mundo me levam para longe de ti. Onde estás? Procuro-te a fim de fincar estacas e me agarrar a elas - um modo de permanecer ao teu lado. Mas essa mente inquieta que cisma em seguir e a procurar por alguma saída longe de qualquer lembrança desse mundo, por mais que eu não queira, me leva pra longe. Salva-me! Não deixe que me levem, pai. Peça ajuda, não sei - fale com a mamãe! Por que ela está sempre a soluçar em seus braços e não me ajuda? Não chores, pai. A montanha-russa vem. Tenho a impressão que já estive aqui antes, mas não parece ser um dejà-vú. Eram outros tempos, outras pessoas, outra vida. O brinquedo, já sem graça, vai rápido e eu tenho medo, pai. Faça-o parar, por favor. Peço com o resto de voz - interior - que tenho. Sensação estranha essa, parece que faz cosquinha. De tanto nervoso, esboço um sorriso. Ela me leva para longe. Boa noite, pai.

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