sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Doadores de amor

-O que tá escrito aqui?
-Amor
-Você sabe o que isso significa?
-Sei..
-Não, amor não tem significado!

Hoje eu vi como meus problemas e reclamações são minúsculos. Tá certo, minha visão de mundo e de vida sempre me disse isso, mas acho que, talvez por comodidade inconsciente, eu esqueça disso e torne os meus problemas o centro de tudo. Pode ser também que seja essa mania minha de viver no meu mundinho: acabo sempre direcionando o meu amor e atenção para ele. Desprezo esse mundo em que vivemos, onde os maiores sempre controlam os menores, onde um só país tem o mundo inteiro em suas mãos, pura e unicamente devido à simples pedaços de papel amontoados. Mas acho que esse meu isolamento é uma forma de fuga e, na verdade verdadeira, quero que todos venham para ele e não que eu vá para fora. Ainda mais porque não simpatizo com nada que essa multidão chamada população sente e vive. Não vou com a cara de relações efêmeras de pessoas superficiais, muito menos de relações e transações de interesse. Se é para haver interesse, que haja interesse no amor e no carisma, não na beleza. Aliás, acho que o mundo perdeu sua noção de beleza. Não digo de estética, mas sim do conceito inicial. Beleza deveria ser associado à pessoa, à inteligência, à personalidade e não somente ao físico! Rosto, cabelo e o resto.. tudo morre, nada fica. Matéria apodrece, pensamentos só se desenvolvem. Nem mesmo os problemas ficam! E quem dirá os meus. Sou só uma reles e insignificante pessoa nesse mundo todinho que deu sorte de nascer numa família que me deu a capacidade de pensar e enxergar o mundo como ele é. É como se eu não vivesse nele, mesmo porque, convenhamos, só quem sofre sabe o que é viver na Terra. E é sofrer mesmo! Injustiças, guerras, fome, ser simples detalhes no meio de uma luta de interesses e cobiça que os mais fortes - porém covardes - criaram. A vida se resume a isso mesmo, ao fim: uma rede de desesperos estridentes, com certos e poucos momentos de felicidades de um tempo que nunca é o mesmo. E como somente observo esse absurdo do meu mundinho à parte, tento não ser mais tão insignificante pro mundo real. Ou pelo menos não me sentir tanto assim. Procuro todo amor e carinho que sempre cultivei dentro de mim e o dôo para quem nunca teve a oportunidade de um digno grama de atenção. Vasculho meus sentimentos e encontro uma forma de demonstrá-lo com minhas atitudes, de uma forma que eu melhore o mundo e não somente sinta pena dele e de seus bonequinhos. E faço tudo isso porque sei que, no espaço que criei para mim mesma, há pessoas que pensam como eu e que fazem aquilo que faço e estou disposta a fazer. Me animo quando encontro alguém que se encaixa no meu mundo, já que vejo que não só eu vejo o mundo desse jeito, que não só eu quer fazer algo em prol de qualquer um. Que não só eu vou ter sempre uma sobra de amor para dar a quem nunca o provou, para que esses possam entrar em contato e produzir o seu próprio.

-Mas foi à primeira vista..

4 comentários:

Rodrigo Albergaria disse...

Gostei!

Ana Beatriz disse...

"A alegria só é real quando compartilhada" Não tem coisa melhor que compartilhar o amor com aqueles que precisam de verdade, quando isso acontece, tudo se torna mais verdadeiro ou até mais bonito!

Adorei o texto!

Bob pai disse...

Fico feliz em ver que você é uma pessoa feliz, que consegue enxergar a beleza nas pequenas coisas e que está sempre disposta a oferecer sempre um pouco mais de carinho e atenção. Seu apelido "cabeça" pode realmente ser relacionado a "ser pensante".
Adorei tudo! Te amo inconcionalmente, Bob pai.

Thais disse...

A causa dessa "cabeça" da Bob filha aqui é, principalmente, você, Bob pai.. =)