sábado, 24 de abril de 2010

Caro Leopoldo,

vou tentar ser breve e contar-lhe tudo sem rodeios. Desde o começo, sabia que não íamos dar certo - você, enérgico; eu, assim. Posso inclusive dizer que desde a primeira vez que nos vimos, comentei com aquela minha antiga amiga ''isso não vai prestar''. Lembra-se daquela minha amiga, caro Léo? Ah, que menina! Se soubesses a história que tivemos depois de nossos encontros, ficarias comovido! Pois bem, chega dessas caraminholas que só servem para estender esta carta - que tinha como objetivo ser um telegrama, mas as tarifas estão muito altas - que vai ao teu encontro daqui a pouco. Conhecemo-nos pouco, mas o bastante para eu saber o quão ativo eras: gostavas de correr, escalar, brincar com as crianças, gostavas de sair! Eu não. Sempre idealizei aquela minha vida bucólica - porém no centro de Ipanema -, à dois, a cuidar de meus pequenos, sempre bem preguiçoso. Conseguíamos, sim, ficar alguns minutos a conversar sobre comes e bebes - e que paladar o nosso, hein? - mas nada além disso. Hoje, digo que estava certo ao dizer, há muito tempo, que não poderia ter um companheiro como ti, por mais que gostasse. Estava certo ao dizer que não poderia ter um fox paulistinha.

Até mais ver,
Matheus

PS: digo-lhe, com muita honra e felicidade, que não esqueci qual era o seu doce preferido, meu amigo, e, por isso, estou a enviar um pacote de seus chocolates prediletos dentro desta caixa.