quinta-feira, 14 de abril de 2011

Intertextualidade reflexiva

Aqui onde vivemos, hoje é quarta-feira. Mas exatamente onde vivemos já é quase quinta-feira. Será? A turvalidade mental provocada por conceitos e veículos massantes e sem rodas ou asas nos faz acreditar no que ela quer. deveria haver salvação de algum alienado da alienação. Poetas, pois. Poesias, poemas, parágrafos, pensamentos para pensar, pleonasmos pedantes. Mas toda a literatura é um mar de intertextualidade. Mas quem é a literatura? Nós. Os personagens são livres e invisíveis pessoas que andam por aí juntando características de vários de nós, até que, epa, encontra um sensível para contar sua história. Assim é o amor, assim é a vida. Assim é a parte subjetiva e objetiva de cada um de nós - desde que consideremos objetivo como matéria. Nosso carbono é de Cleópatra e nossas ideias ainda são de Jesus, o rebelde - Jesus histórico, ateus; Jesus religioso, cristãos. Relatividade é tudo no mundo de agora. Somos bombardeados a todo momento com inúmeras opiniões, fatos e veredictos, o sim e o não, o pró e o contra. Sem contar todos os livros que já lemos, peças que assistimos, trechos que já ouvimos. E, se tudo isso foi escrito por alguém, carrega uma opinião e uma vida, ou seja, lemos textos altamente partidários para formar nossa mente e nosso ser. E toda essa volta e embasamento sei lá de que para simplesmente dizer: tudo que nós somos, já foi; tudo que escrevemos, já foi escrito; tudo que falamos, já foi dito. Teimamos em dizer que somos revolucionários, mas revolucionários de quê? Nada aqui é novo, o que sabemos de amor e de sociedade foi alguém que nos disse e nós nos identificamos. Então, quem somos, se tudo que pensamos ser nosso, na verdade, é de tantos numa linha até o infinito? Temos espelhos internos, somos espelhos de todas essas ideias e temos tantos ângulos de envergadura, tantos tamanhos e côncavos e convexos diferentes, que não há imagens iguais. Somos produtos do nosso reflexo. Somos imagens, meras imagens, somente imagens intertextuais. E, mesmo assim, somos encantadores.

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