quinta-feira, 3 de junho de 2010

Macacada no sótão

Quando eu era pequena, li um livro muito bom do Ziraldo que, se alguém não leu e não sabe do que eu estou falando, eu me recuso apresentá-lo porque é obrigatório saber. Tratava-se - trata-se, porque livro não morre - da história de vida do Menino Maluquinho, e acredito que ali começou minha paixão pela leitura (Maurício de Souza que me perdoe). Mas não foi exatamente para falar do Ziraldo e sobre minha paixão pelas páginas que eu comecei a escrever.

Vim pra falar sobre uma característica do Menino Maluquinho que, com o passar do tempo, passou a ser minha também. Ele tem "macaquinhos no sótão". Não sabe o que é isso? Ainda não acredito que você não leu esse livro! Eu só li umas 50 vezes durante o primário, e leio até hoje! Talvez por isso você não o tenha lido, ele estava o tempo todo comigo!

Muitas coisas - divertidas ou não - passam na cabeça do Maluquinho. Ele é meio carente, então seus macaquinhos entram em ação fazendo-o ter uma imaginação muito fértil e estar sempre pensando em uma porção de coisas. Ele pensa e sente, sente e vive.

Muitas coisas passam pela minha mente o tempo todo. Estou cheia de macaquinhos no sótão. Penso no passado e no futuro, penso em quem eu gosto, no que quero e no que sinto. Penso o porquê do que está ao meu redor (adoro porquês). Penso em você, penso sempre em você!

Cara, são muitos macaquinhos! E onde há muitos macaquinhos, há muito ruído. Mas está cheio de coisas proveitosas e necessárias também. Porém, você sabe, onde há barulho há dificuldade de comunicação, nada é lá muito claro. Como me livrar dos pensamentos impuros se meu aparelho identificador não funciona muito bem? O técnico diz que demora a consertar.

Macaquinhos - e seus barulhos - não me deixam dormir. Ou será que é o calor? Um pouco dos dois, acredito. Viro e reviro na cama, demoro muito a dormir, meu pensamento vai até o Japão. Quanta macacada cerebral!

Macaquinhos fazem sempre aquela mistura que corrói minhas entranhas. Haja sal de frutas (como se extrai sal de frutas? Sempre pensei nisso, me lembra a frutas marinhas)! Macaquinhos me fazem ouvir e interpretar Los Hermanos no último volume. Macaquinhos me fazem querer me tacar no mundo. Macaquinhos me fazem escrever no blog.

Macaquinhos ficam me mostrando fotos. Fotos de um rosto que eu teimo em esquecer, embora isso talvez seja vontade de lembrar. Macaquinhos ficam me falando como ajudar meus amigos. Esse sim é um trabalho forte para os macaquinhos, deveriam ser macacões!

Ideias, felicidades, dores. Saudades, falta, esperança. Amor e paixão. Macaquinhos! Como será que o Menino Maluquinho lidava tão bem assim com tantos macaquinhos? Sei que ele usava uma panela na cabeça, mas temo que isso tenha saído de moda na década de 80.

Macacos me mordam!

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