quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pollyana, olhos azuis e historinhas

Não tinha muito porquê estar feliz, apenas o estava. Muito pelo contrário, estavam acontecendo coisas que ela realmente não queria que acontecesse, mas permanecia contente. Mediante as tragédias acontecidas e a seu sorriso, muitos poderiam desconfiar que ela não estava a sentir muito as mudanças, embora esse não fosse realmente o caso. Pondo tudo numa balança, a física fazia milagres e ela ficava feliz. Isso ainda é uma caixa a ser aberta.

Por esses dias, conforme tudo que ia acontecendo, ela pensava que tinha algo muito melhor por trás. Ou simplesmente pensava que poderia acontecer pior, um tipo de Pollyana feeling. Até as tarefas e estudos eram feitas com um sorriso no rosto. Desculpem se estou a importuná-los com tal ênfase neste fato, mas é algo realmente extraordinário para alguém que vivia de doente e de cara fechada.

Estava apaixonada. Nada escondido de ninguém, para falar a verdade, todos sabiam. O que ninguém sabia era que todos os dias ela se apaixonava de novo. Bom, se todos os dias parecer-lhes exagero, podem pensar que era dia-sim-dia-não. Fazia já mais de meio ano que sentia essa estranha sensação de estar amando, mas o mais estranho ainda era que a paixão vinha - e aumentava - constantemente.

Hoje, ela não se vê mais sem os omeletes dele, sem um carinho durante o dia, sem um tapa no bumbum dele, sem aqueles olhos azuis. Olhos esses que a impediam de ficar zangada com ele por muito tempo, visto que bastava um relance neles para que ela ficasse em pleno transe. Até os defeitos combinavam, até aquela dor no pescoço de olhar o tempo todo para cima lhe valia a pena.

Mas não é só por ele que ela se apaixona hoje. Seu estado tem a deixado tão facilmente subjugada às maravilhas do mundo que ela se apaixona pela nuvem, pelo cachorro, por aqueles desconhecidos que ela conhece por um instante e já se sente encantada. Só um alerta: essa paixão por estranhos não era a paixão que ela sentia por ele e tampouco pensava em traí-lo, era algo como se sentisse viva.

Hoje, ela não se sente mais sozinha, sempre o tem por perto. Não precisa mais inventar histórias para se sentir envolvida com algo ou alguém - ela as conta aqui.

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