segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Joana

Desiludi.

Não comigo,
mas sim com aquela
busca infindável por ti,
que quanto mais chegar
perto quero,
mais ela me escorre pelos dedos.

Felicidade.

Ah, estúpida felicidade
aquela que me toma.
Não que sejas tu estúpida,
mas tu que me tomas
a felicidade.
Minha e de tantos outros
que buscam protagonizar
tua bela história.

Jogadora.

Acabarás por jogar
este seu jogo sozinha,
longe de todos aqueles que cismas
em fazer de pecinhas de xadrez.
Damas também!
Vagarás sozinha
pelo tabuleiro
de seu jogo predileto.

Sórdida.

Mais que todas as mulheres
que conheço,
que todas as bruxas
que enfeitiçam.
Começaste sozinha este trabalho,
plantaste em mim sementinhas
e quando começou a florescer,
foste embora.

Mulher.

Não negas tuas origens
de movimentos calados
e surpreendentes.
Conheces todos
os poderes
que teus grandes olhos
têm.

Abusada

E abusa de todos aqueles
e aquelas,
que o mesmo poder
que tu tens, têm,
mas esquecem disso
e se perdem em ti.