quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Distância de nós dois

Texto de 27/01/2010, um pouco velho e empoeirado, reeditado e que deu vontade de postar agora, enquanto o sentimento e a inspiração não vêm. Boa leitura, espero que não sejam alérgicos.

Não quero falar com você, sai, não fale comigo. Estamos tão longe, Miguel. Não quero, porque quando estamos longe, tudo em nós se distancia. Sei que estás na minha frente, mas não é dessa distância que falo, é a distancia de nós dois. É, meu lindo, tens estado estranho. Ah, você sabe, estranho, frio. É como se eu não te sentisse aqui perto de mim, como se não estivesses mais dentro de mim e só me restasse um sopro teu, uma saudade, uma falta, essas coisas assim.. fracas, calmas. Amor não é calmo.

Ah, Mi, não sei. Pode ser coisa minha também. Há um tempo você reclamou que eu estava assim, lembra? Então, pode ter mudado, não sei. Mas sei que nossa situação não nos favorece: estamos nervosos, tensos. Isso pesa na nossa relação. É, eu sei que isso é um problema nosso e que temos que ficar juntos e enfrentar, já que é nossa culpa, mas sinto-te longe.

É verdade, pode até ser que você tenha tentado se aproximar. Acho que, com toda essa situação, eu fiquei longe. De novo. Ou ainda esteja, mas talvez queira fugir dessa culpa, eu sempre quero fugir da culpa, você sabe.Eu me tranquei dentro de mim pra sofrer sozinha e não te abalar. Sei que estás comigo. Sim, te amo também! Acho que por isso me fechei..

É, tens razão de novo. Tem vezes que eu esqueço toda essa bobagem e me perco em você. Gosto disso. É, sei que gostas também. Nos gostamos, por isso. Perto de você e com isso tudo longe eu sou outra. Me sinto segura, acolhida, amada. Sinto meu coração aos pulos com um simples toque. Acho que não me sinto assim em nenhum outro lugar.

É mesmo, Mi, isso deve ser amor. Quer um sanduíche, meu amor?