segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vidas e álcoois e amores e paixões

Quando alguém nos maltrata, não devemos ser bonzinhos de volta - acabei de ver isso no filme. Mas eu mesma sempre penso que devíamos nos manter de cabeça erguida e nos dar o devido valor, mesmo que xinguem e falem coisas horríveis e erradas. Até isso acontecer comigo. Existem pessoas que incrivelmente não perdem o controle e conseguem até parecer submissa. Eu chegava a fazer o errado conscientemente esperando que alguém me parasse e dissesse: cala boca, sua filha da puta. Mas não adianta. As estrelas continuam brilhando, mesmo que joguemos quilos de fumaça no ar.

Eu tinha o amor do meu lado e eu joguei fora junto com a fumaça do cigarro que saía de meus pulmões. Eu criei uma situação imaginária de mim mesma, vindo de sentimentos alheios a mim tão bem incorporados, que eu achei que fosse verdade, e acabei querendo, simplesmente, ir. Mas querer não significa poder, muito menos conseguir. Tinha algo mais forte, uma incapacidade chamada medo que não me deixava pôr um fim naquela situação. Mas num golpe sorrateiro o inconsciente me fez terminar com aquilo, dando ao outro motivo. Incrível como a melhor forma de fazer o que achamos certo, é fazer o errado para que o outro faça o primeiro.

As palavras saem com sofreguidão e eu vejo a menina de 12 anos fumando na tevê e penso: mas que merda. E logo tenho meu pensamento mudado ao vê-la pulando na piscina de roupa, patins e cigarro: mas que coragem. Eu nunca tive essa coragem aí, de me tacar do jeito que estivesse numa outra dimensão e tentar ir contra o mundo fazendo o errado. Eu fui em busca disso, até. Na minha mente eu tinha a vontade imensa de mudar e fazer mudar o mundo - o meu mundo! -, mas quem disse que eu fui capaz? Imensa ilusão para uma pequena criaturinha como eu.

Eu tenho feito tanta besteira esses dias, eu acho que realmente perdi o rumo de alguma vida que eu tinha. Bebi muito, falei demais, fumei um tanto. Meu raciocínio lógico se esvaiu de minhas veias e só agora tem voltado, a base de porrada. Eu não queria ter me perdido tanto assim em ilusões sem propósito. Nós nunca seremos o que não somos, mesmo que a frase de efeito que vá contra seja "você quer, você consegue". A graça do mundo está na peculiaridade de cada um de nós, nada adiantaria se fôssemos todos iguais. Onde estaria o amor se todos fossem os mesmos?

Não existiria. E daí vem a falsa sensação de liberdade de quem acha que mudou. Falsa e passageira, que agora já está indo embora. O amor, e quem sabe também a comodidade, acaba sempre retornando ao seu lugar, e é incrível como certas vezes sua direção não muda. Ele é bom, em sua maioria, quando não nos faz nos dividir entre ele e paixões de esquina. Mas essas são fugazes, assim como essa madrugada de amigos bêbados, de amores confusos e de pseudo-submissos apaixonados e sorrateiros - aqueles que não fazem nada no começo e sempre conseguem o que quer.

Um comentário:

Unknown disse...

ta muuuito legal Thais.Gostei mesmo, hihi! (=