terça-feira, 17 de agosto de 2010

Realidade do sonho

Me pergunto até quando vou continuar tão vulnerável ao meu subconsciente. Às vezes, tenho a impressão de que sonhos me controlam, embora eu sempre tente fugir dele. O problema é que quando eu lembro de fugir, eu me dou conta de que acabei de lembrar e, lembrando, não consigo fugir; o que faz com que fugir seja uma forma mais branda de estar mais perto.

Sabe, esse assunto é bem confuso. E quando eu resolvo pensar nele, eu fico tão perdida como se em minha mente se formasse um enorme labirinto e eu ficasse perdida. Eu e meus sonhos. Nós dois lá juntinhos procurando a saída pro mundo real.

Acho que nós só achamos tal saída no nosso ultimo minuto de vida - o mundo real  não é esse aqui. Assim como dizem que quando encontramos o amor, o relacionamento acaba; quando a saída é achada, falecemos. Esta vida aqui agora é um sonho onde nem tudo é perfeito e nada é tão possível, por isso é um sonho. Nosso mundo, na verdade, é feito das mais estranhas vontade, pedidos e desejos, onde todos se encontram felizes - ou nem tanto, pode ser um pesadelo. Mas vivemos aqui justamente para merecermos aquele mundinho tudo-posso que, na verdade, temos.

A questão é que não estou tão preocupada assim com o depois, mas sim com o agora, seja agora sonho ou não. Sinto-me tão submetida a essas sensações que eu nem sei que tenho. É estranho. Vejo todos as noites desejos e informações - que passam por mim como num filme - que eu nunca nem pensei em ter. Mas ele pensou! Ele, sempre ele.

E tem também os desejos que eu escondo, ou que pelo menos tento sufocar. Eles sempre voltam à noite pra me atormentar - ou deliciar. São, então, reflexos do que eu quero acontecendo lá naquele mundinho onde tudo podemos, enquanto eu não posso aqui. Se for por isso, quero ir logo pra lá.

Muitas vezes, eu queria ter algo que me desse certeza de onde estou. Aonde estou pisando: é real ou não? Acontece de eu estar sonhando e realizar um desejo tão íntimo e proibido, que eu fico com medo de ser verdade e alguém descobrir. E tem momentos que seria melhor serem sonhos, para que pudessem sempre se repetir na minha mente.

Acredito que alguém já tenha tentado explicar esses esquisitos sonhos. Criaram até uma religião - o que eu não pretendo fazer - onde dizem que o agora é uma passagem pra aprendermos algo, como num sonho, e que nosso mundo real era o depois da nossa morte no sonho. Morrendo em sonho, acordamos em vida. E nossos sonhos dentro desse sonho que é nossa vida seriam uma informação ou lembrança da nossa vida real.

Desse modo, nosso subconsciente sabe de tudo, mas não nos conta. E por isso tanto me incomoda, me fazendo passar a vida a beira de imaginações por ele feitas sem que eu tenha certeza do que elas signifiquem. Sejam elas aquelas que temos à noite ou aquelas que conscientemente queremos e desejamos.

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