quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Traição

Eu te traí. É, isso mesmo. Ah, não faça essa cara de bobo, Luis, no fundo você sempre soube. Como eu queria que você reagisse? Bom, não sei, mas continuo achando que você sempre soube, mesmo que lá no fundo. Lembra que você sempre implicou com uns amigos certos e sempre teve um ciúme imenso? Então, era porque no fundo você sabia. Tá, também não vim pra dar uma de psicóloga. Ai, Luis, pára com esse drama. Eu sei, eu sei que é difícil, mas é difícil pra mim também, poxa! Não, foi só uma vez. Fiz porque ainda não me sentia em ti, nem você em mim. É, isso mesmo. Foi no começo, poxa, logo no primeiro dia, não dava tempo de associar tudo. Como tive coragem? Apenas tive.

Estou te contando, Lulis, porque não aguento mais. É, é uma coisa chamada culpa. Culpa, consciência pesada, voz interna, tem vários nomes. Só que ao longo desses 14 meses ela vem me tormentando e agora eu precisei contar. Não contei antes porque não tinha coragem, Luis! Acho que eu nunca devia ter ido tão longe dos meus limites e ter namorado, já que nem nas primeiras 24 horas consegui me conter. Não, Luis, não faz isso, por favor. Eu tô te contando agora, você não descobriu por outros. Eu te amo, Luis, eu te amo muito! Como você tá negando isso? Se eu não te amasse, não estaria agora te contando, homem!

Se eu não te visse em tudo que faço, se eu não tivesse você em tudo que vejo, se eu não te tivesse em mim, não existiria culpa e nós não estariamos aqui agora discutindo. Não, não quero dizer agora que a culpa de tudo é eu te amar. Quero dizer que ao longo desse ano todo o meu amor transformou esse ato errado em culpa e me atormentou. Não, Lulis, você sempre foi ótimo. Eu não acabei de dizer que foi no começo? Então.

Por favor, Lulis, não faz isso comigo. Eu era uma criança, eu sou uma criança! Uma criança metida que quis brincar longe do quintal e se machucou. Não, você não me machucou, eu me machuquei e te machuquei. E fiz isso sozinha! Só não fique longe, Luis, por favor. Eu preciso de ti. Se fico um dia longe de ti, passo a te lembrar em tudo que faço. Estou sendo sincera, por favor, não vá.

Não, Luis, na época não teve importância. Ah, fiz porque deu vontade, porque já tinha pensado nisso, porque ainda não tinha caído a ficha do nosso namoro. Não, não tinha pensado em te trair, tinha pensado em ficar com quem eu te traí, mas isso não importa. Mas não tinha mesmo! Se tivesse importância aquele homem pra mim, eu não estaria aqui agora com você, teria acabado àquela hora.

Se ainda te amo? É claro, que pergunta boba! Senão não estaria aqui contando. E você, ainda me ama? Mesmo depois disso tudo?

Um comentário:

Mariana Gama disse...

Seu melhor post hahahaha