Perguntavam-na por que fumava. Sabia ela, com certeza, de todos os males e problemas de saúde que um cigarro pode trazer. Um não, muitos. Muitos não, milhares - ao fim de um ano inteiro. Mas ela simplesmente não sabia responder a essa comum pergunta. Dizia, até com uma certa comoção e cara de atriz de teatro sonhadora, que existem momentos que apenas pedem uma tragada. Não pela tragada em si ou pela satisfação química e mental, mas sim pela cena. Ela, na janela, enrolada num lençol, após fazer sexo pedia um cigarro no meio. Ela, de madrugada, sozinha, com um copo de café numa mão e uma caneta na outra, implorava por um cigarro. Ainda mais se ela estivesse de pernas cruzadas. Para ela, não era a dependência que a fazia fumar diariamente: era a estética e a morte deliciosa, lenta morte. Um cigarro, dizia, forma galáxias. Vários formam universos. O meu, concluía ela enfim.
4 comentários:
Não sei que cigarro é esse, mas quero um maço.
PAREI COM AS DORGAS MANOLO, VIREI O CHUCK NORRIS
eu quero 2.
Eu nao fumo.
blublublublbublbublbublbublbiu
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